domingo, 16 de setembro de 2012

O ôco

O ôco

Vi ôco de linha em pipa,
Na minha adolescência,
Minha mãe se irritava,
Com minha desobediência,
Com ôco me divertia,
Hoje seria violência.

Agora vou dá ciência,
Sobre santo do pau ôco,
No século passado era,
Colocado ouro no toco,
Trabalhado pelo artista,
Virava um santo barroco.

É parede sem reboco,
Quem tem duro o coração,
Deus fica no esquecimento,
Desvirtuado em sua ação,
É chamado homem ôco,
Nem enche com operação.

Vi arvore sem floração,
Fiquei bem preocupado,
Percebi ao chegar perto,
Um ôco ali inocupado,
Fui olhando e vi lá dentro,
Um cachorrinho capado.

Estava num descampado
Dentro de um acampamento,
Jovens desobedientes,
Fizeram nos cocos invento,
Furaram e no pé deixaram,
Os ôcos de coco ao vento.

Sei que não é alento,
Poeta ôco no verso,
Pela pouca criação,
Pareçe que é reverso,
Para preencher esse ôco,
Basta olhar para o universo.

Mesmo sendo controverso,
Mente oca fala sem nexo,
Só pensa em bobagens,
O que faz é desconexo,
Mesmo pensando pra dizer,
O que diz não tem anexo.

Dá até pra ser conexo,
Mas é difícil compreensão,
O ôco do buraco negro,
Grande é essa dimensão,
Eu não vi e ninguém vê,
Mas é mantida contensão.

Falo com apreensão,
Comercio inexperiente,
Quando ele está falido,
Vejo um ôco de cliente,
De produtos vejo um Ôco,
Que dá muita pena a gente.

Poetizante BR

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